Food

Koy Shunka *

August 2, 2014

O Koy Shunka é um restaurante japonês em Barcelona com uma estrela Michelin. Devo confessar já que esta foi a melhor refeição da minha vida até hoje. Quando a experiência mexe com todos os sentidos, torna-se inesquecível mas também indescritível. Vou tentar que as palavras não me falhem para conseguir partilhar o máximo possível convosco.

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À entrada havia miniaturas de pratos expostas, como que uma montra – característico em alguns restaurantes no Japão.

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Optámos pelo menu de degustação Koy.

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Começamos com uma sopa de miso. Bastante diferente do habitual, quer em aspecto, quer em sabor. Gostei imenso.

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Este prato faz alusão às tradicionais patatas bravas espanholas. Sabia que o creme era de tofu, mas não fazia ideia do que estava a ‘substituir’ as batatas. Mas digo-vos – belo snack!

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Vieiras com baby corn (mini-maçarocas recolhidas numa fase precoce de desenvolvimento do milho) e com uma bolacha de arroz. As vieiras sabiam a molho de frango de churrasco, sabem? Completamente inesperado, mas em bom! As mini-maçarocas estavam crocantes e saborosas e a bolachinha de arroz veio dar o toque final! Acaba por ser um festival de texturas, sons e sabores.

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Um dos favoritos foi este. Tomate servido de todas as formas possível: em gelado, em gel, em polpa e outras mais. Era acompanhado por pequenos bocados de peixe, que ajudavam a cortar o sabor do tomate. Julgo que até a folha em tempura era do tomateiro. Gostava de me conseguir lembrar de todos os pormenores.

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O sashimi consistia principalmente em atum, lula e peixe branco, se não estou em erro. As cores dizem tudo, julgo. Melhor sashimi de sempre. Eu que também adoro salmão, nem sequer lhe senti a falta. Quando o atum é mesmo bom, vale muito a pena. Infelizmente, alguns restaurantes japoneses em Portugal servem atum que não é fresco.

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Neste prato o camarão vinha acompanhado com bolinhas crocantes de arroz e foi regado com a cerveja espanhola Estrella, que dá o nome ao prato. Bastante divertido, admito. Receei que a cerveja por cozinhar se fosse sobrepor a todos os outros sabores, mas tal não aconteceu.

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O atum estava irrepreensível: tinha um sabor adocicado óptimo. O atum equilibrava o sabor intenso do arroz e o crocante de alga nori enriqueceu o prato no que diz respeito à textura. Reparem no prato – não vos faz pensar em nada?

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Um prato de ferro quente veio para a mesa ainda a cozinhar pequenas porções de wagyu. Wagyu significa vaca japonesa e esta tem uma predisposição genética para ter uma carne com um padrão semelhante ao mármore, reputada pela sua qualidade e custo elevado.
O molho onde a carne estava a ser cozinhada era à base de sésamo. A carne era efectivamente deliciosa, nunca tinha provado – super tenra e suculenta. O molho parecia veludo a envolver a carne. Muito bom, mesmo.

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O entusiasmo está à vista nesta foto – comi a primeira peça e só depois me lembrei da foto. Sobre este sushi: relação perfeita entre as quantidades de arroz e peixe. Reparem na elegância quase sensual dos nigiris aliada à cor do atum! Derreteram-se na boca. Espero um dia poder ter a oportunidade de comer no Sukiyabashi Jiro (com três estrelas Michelin). Jiro é o meu deus do sushi. Acredito antes de provar! Se puderem vejam o documentário Jiro Dreams of Sushi e ficarão a perceber.

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A sobremesa foi um turn off para mim. Estava à espera de algo mais diferente, criativo, cultural – nem sei bem. Brownie com gelado não correspondeu à expectativa, mas eu estava tão extasiada com toda a refeição até então que a sobremesa não pesou grande coisa na avaliação final.

A experiência não passou apenas por sentar e comer. Ao balcão, tivemos a oportunidade de acompanhar a preparação da refeição, observar a precisão e o método dos chefs e interagir com eles. Havia dois chefs responsáveis por nos servir e por explicar em que consistiam os pratos ao longo do jantar.

Por pessoa, pagámos cerca de €76. Agora já sabem, quando forem a Barcelona, levem um extra para experimentarem este sítio. Vão por mim, valeu mesmo a pena.

Koy Shunka
C/ Copons, 7,
08002 Barcelona,
Espanha