O Koy Shunka é um restaurante japonês em Barcelona com uma estrela Michelin. Devo confessar já que esta foi a melhor refeição da minha vida até hoje. Quando a experiência mexe com todos os sentidos, torna-se inesquecível mas também indescritível. Vou tentar que as palavras não me falhem para conseguir partilhar o máximo possível convosco.
À entrada havia miniaturas de pratos expostas, como que uma montra – característico em alguns restaurantes no Japão.
Optámos pelo menu de degustação Koy.
Começamos com uma sopa de miso. Bastante diferente do habitual, quer em aspecto, quer em sabor. Gostei imenso.
Este prato faz alusão às tradicionais patatas bravas espanholas. Sabia que o creme era de tofu, mas não fazia ideia do que estava a ‘substituir’ as batatas. Mas digo-vos – belo snack!
Vieiras com baby corn (mini-maçarocas recolhidas numa fase precoce de desenvolvimento do milho) e com uma bolacha de arroz. As vieiras sabiam a molho de frango de churrasco, sabem? Completamente inesperado, mas em bom! As mini-maçarocas estavam crocantes e saborosas e a bolachinha de arroz veio dar o toque final! Acaba por ser um festival de texturas, sons e sabores.
Um dos favoritos foi este. Tomate servido de todas as formas possível: em gelado, em gel, em polpa e outras mais. Era acompanhado por pequenos bocados de peixe, que ajudavam a cortar o sabor do tomate. Julgo que até a folha em tempura era do tomateiro. Gostava de me conseguir lembrar de todos os pormenores.
O sashimi consistia principalmente em atum, lula e peixe branco, se não estou em erro. As cores dizem tudo, julgo. Melhor sashimi de sempre. Eu que também adoro salmão, nem sequer lhe senti a falta. Quando o atum é mesmo bom, vale muito a pena. Infelizmente, alguns restaurantes japoneses em Portugal servem atum que não é fresco.
Neste prato o camarão vinha acompanhado com bolinhas crocantes de arroz e foi regado com a cerveja espanhola Estrella, que dá o nome ao prato. Bastante divertido, admito. Receei que a cerveja por cozinhar se fosse sobrepor a todos os outros sabores, mas tal não aconteceu.
O atum estava irrepreensível: tinha um sabor adocicado óptimo. O atum equilibrava o sabor intenso do arroz e o crocante de alga nori enriqueceu o prato no que diz respeito à textura. Reparem no prato – não vos faz pensar em nada?
Um prato de ferro quente veio para a mesa ainda a cozinhar pequenas porções de wagyu. Wagyu significa vaca japonesa e esta tem uma predisposição genética para ter uma carne com um padrão semelhante ao mármore, reputada pela sua qualidade e custo elevado.
O molho onde a carne estava a ser cozinhada era à base de sésamo. A carne era efectivamente deliciosa, nunca tinha provado – super tenra e suculenta. O molho parecia veludo a envolver a carne. Muito bom, mesmo.
O entusiasmo está à vista nesta foto – comi a primeira peça e só depois me lembrei da foto. Sobre este sushi: relação perfeita entre as quantidades de arroz e peixe. Reparem na elegância quase sensual dos nigiris aliada à cor do atum! Derreteram-se na boca. Espero um dia poder ter a oportunidade de comer no Sukiyabashi Jiro (com três estrelas Michelin). Jiro é o meu deus do sushi. Acredito antes de provar! Se puderem vejam o documentário Jiro Dreams of Sushi e ficarão a perceber.
A sobremesa foi um turn off para mim. Estava à espera de algo mais diferente, criativo, cultural – nem sei bem. Brownie com gelado não correspondeu à expectativa, mas eu estava tão extasiada com toda a refeição até então que a sobremesa não pesou grande coisa na avaliação final.
A experiência não passou apenas por sentar e comer. Ao balcão, tivemos a oportunidade de acompanhar a preparação da refeição, observar a precisão e o método dos chefs e interagir com eles. Havia dois chefs responsáveis por nos servir e por explicar em que consistiam os pratos ao longo do jantar.
Por pessoa, pagámos cerca de €76. Agora já sabem, quando forem a Barcelona, levem um extra para experimentarem este sítio. Vão por mim, valeu mesmo a pena.
Koy Shunka
C/ Copons, 7,
08002 Barcelona,
Espanha