Esqueci-me de vos mostrar o hotel no primeiro post, por isso faço-vos agora uma quick tour. Para entrar no hotel, tínhamos de subir ao 19.º andar, onde ficava o lobby. O elevador era todo envidraçado e ao subir, sentíamos borboletas na barriga e a diferença de pressão nos ouvidos. O hotel é todo envidraçado e conseguíamos ter uma vista de quase 360º sobre a cidade.
Quanto à hospitalidade, os japoneses são possivelmente os que têm o maior score. Sempre a sorrir, sempre a fazer vénias, sempre disponíveis.
Em baixo, o corredor dos elevadores que nos levavam aos quartos.
E por fim, o nosso quarto, com esta vista bonita sobre Osaka. :)
Day 3 — Osaka
13 de novembro de 2018
No terceiro dia em Osaka, celebrámos o nosso primeiro mês de casados. :) Acordámos e fomos festejar com um belo pequeno-almoço ao J.S. Pancake Café, que ficava mesmo em frente ao nosso hotel. Comemos uns ovos benedict e umas panquecas soufflé de sonho. São mais altas, mais fofas e mais fotogénicas do que as nossas.
Depois deste pequeno-almoço delicioso, seguimos até ao tempo Isshinji. Pelo caminho passámos no Tennōji Park. Os parques no Japão são o sítio perfeito para fugir da agitação da cidade e para recarregar energias. Saía sempre mais serena e a magicar que árvores escolheria para um jardim só meu.
O Japão é muito bonito na primavera, com as cerejeiras em flor, mas digo-vos que o outono não lhe fica atrás. A vegetação em tons quentes chega a ser acolhedora.
Entrámos pelas “traseiras” e o cheiro a incenso conduziu-nos pelo templo. Estavam muitas pessoas a rezar, a acender velas, a queimar incenso. O Fred achou que era um funeral, mas depois estive a ler e percebi o porquê de tanta gente.
Quando deixou de haver espaço no templo para todas as urnas de cinzas trazidas pelas famílias e, inspirados pelo Okutsu Butsu, uma estátua feita com ossos e barro em 1700, começaram a misturar as cinzas de milhares de pessoas com resina e fizeram estátuas.
Esta é a estátua de Kannon, a deusa da compaixão. O portão principal é vigiado pelos Nio, os dois guardiões musculados do Buddha, que podemos encontrar nas entradas de muitos templos budistas.
Queríamos ter ido visitar as estátuas douradas do Sanzenbutsudo, um anexo do templo, mas estava em obras.
Depois do Isshinji, fomos a pé até outro templo, o Shitennōji.
À entrada do templo, vimos um casal com dois filhos pequenos vestidos com quimonos. Estavam a acabar de prepará-los à entrada. Não sei se era uma ocasião especial, uma espécie de introdução ao templo ou simplesmente uma sessão fotográfica, mas já tínhamos visto acontecer várias vezes. Os miúdos estavam todos contentes com o aparato e com os seus geta (os típicos flip flops japoneses)!
Este é considerado o templo mais antigo do Japão, apesar de já ter sofrido várias reconstruções. Na segunda entrada, podemos ver os tais guardiões Nio — um vermelho, outro azul.
Em cima é o Rokujireisando — um espaço de oração. Mesmo em frente, havia um pequeno lago com carpas e imensas tartarugas a apanhar sol.
Estas pequenas estátuas com babetes vermelhos são Ojizo-sama, os guardiões das crianças, especialmente das que morrem cedo. A ideia do babete surgiu quando os pais, em luto, colocavam os babetes dos seus bebés nas estátuas, na esperança de que as suas crianças estivessem protegidas no outro mundo. A cor vermelha está associada a algumas divindades das tradições do Shintoismo e do Budismo.
It’s kinda sad, though.
Esta é a Gokurakumon ou Porta do Paraíso, a entrada este do templo. Ainda nos perdemos um bocadinho com uns pardais gordinhos que estavam todos divertidos a tomar banho numas mini-fontes.
Só no Japão é que conseguem usar meias de 5 dedos.
Nesta loja só havia maneki nekos todos quitados — um outro nível de sorte.
Depois de uma manhã passada nos templos, fomos ao Shinsekai. Este bairro foi criado à imagem de Paris e Nova Iorque, mas depois da II Guerra Mundial, tornou-se a zona mais pobre e supostamente, a mais perigosa. Mas o perigo no Japão é relativo. :D
Hoje em dia é um must-see turístico, cheio de cor, restaurantes, pachinkos, street food e cenários apetecíveis. Aqui é um bom sítio para provarem Kushikatsu, que é basicamente comida panada — vegetais, carne, lulas, etc.. Foi aqui que comi o meu cheese corn dog com mostarda de wasabi e ketchup. Gosh, que saudades. Voltei a comer outro numa 7Eleven e nem sequer competem.
Numa das saídas desta zona está a icónica Tsutenkaku, a torre que veio substituir uma outra inspirada na Torre Eiffel e no Arco do Triunfo, onde havia um parque de diversões, o Luna Park.
Voltámos para o hotel e acabámos por almoçar tarde num restaurante coreano chamado bibim’, no Mio. Era bom, mas lembro-me de ter comido um bibimbap melhor em Berlim.
Depois de almoço, o Fred foi descansar para o hotel e eu dei uma volta no Mio e no Kinetsu. Fui à Loft (o sítio onde comprei quase todo o estacionário que trouxe) e mais umas coisas, à Muji, claro! Comprei uns ingredientes para cozinhar, numa zona gourmet do Kinetsu e fui suspirar para o piso B1F, que contava com todo um exército de luxo: Gucci, Louis Vuitton, Prada, Bottega Veneta, Miu Miu, entre outras.
Também já estava mega cansada e voltei para o quarto, onde caímos os dois para o lado, depois de vermos uma série, sem jantar.