Our Wedding: The Bride 1/2

February 4, 2019

O grande dia tinha chegado. E, de repente, largos meses de preparação culminaram num dia que começou relativamente normal e acabou definitivamente épico. Quem lá esteve não me deixa mentir.

“Leslie ainda é um furacão”, mas deverá transformar-se em “ciclone pós-tropical.”

Durante a semana que antecedeu o casamento, estive desligada de tudo, focada nos pormenores que ainda me faltava tratar, para que nada falhasse. Claro que a Leslie me passou completamente ao lado — até me ter passado LITERALMENTE por cima. Mas sobre isso, falamos mais à frente.

♥

12 de outubro de 2018

Depois de voltar do Palácio, onde passei o dia a preparar tudo, passei em casa só para pegar nas malas e para me despedir do Fred e fui para o Sapientia Boutique Hotel, onde me prepararia no dia seguinte. Tinha idealizado deitar-me super cedo na véspera, mas ainda havia tanto por fazer que foi completamente impossível. Fiquei com as minhas melhores amigas até tarde a acabar os favours e ainda tencionava escrever os votos nessa noite. Esqueçam. Estava tão morta que arrisquei escrevê-los na manhã seguinte. Penso que nos deitámos perto das 4h da manhã.

13 de outubro de 2018

Ainda não eram 8h quando acordei. Podia ter dormido mais uma hora, mas acordei tão desperta, que nem ronha tive vontade de fazer. Sentia-me bem — tranquila e expectante. Abri as portadas do quarto e fiz figas para que estivesse sol. O dia estava luminoso e quente — YASSS. Ainda bem que tinha decidido não ver a meteorologia.

A Sara (a minha madrinha) tinha saído para ir tratar de umas coisas e pouco depois de ter voltado, bateram à porta do quarto. Eu nem estava vestida! Vesti uns jeans e uma tshirt à pressa. Quem será a esta hora? A Sara encenou não saber de nada e foi abrir a porta. Eu estava no quarto a tentar descobrir quem era, com medo que o Fred tivesse decidido aparecer, enquanto da sala se começa a ouvir a marcha nupcial trauteada. Tan-tan-taram tan-tan-taram! Entraram pelo quarto duas empregadas do hotel com tabuleiros de pequeno-almoço, um ramo de flores nas mãos e sorrisos rasgados nos lábios. Começámos imediatamente a rir! Bôôôôn diáááá! — diz, carinhosamente, uma das empregadas num português do leste, if you know what I mean. Abraçou-me e emocionou-se, sem sequer me conhecer. Foi bonito. Aqueceu-me o coração nesta manhã especial. Restava saber quem estava por detrás desta surpresa.

Ainda pensei que pudesse ter sido o hotel mas com o ramo chegou um cartão e um sorriso cúmplice na cara da Sá. A supresa era dela. Um mimo delicioso da minha madrinha para me fazer sentir ainda mais especial. Tomámos o pequeno-almoço e ela saiu a correr para o cabeleireiro. Eu fui tomar banho, pus creme Izia da Sisley Paris, que para além de ser mega hidratante, é perfumado e, de toalha enrolada na cabeça, comecei a escrever os meus votos.

H A I R

Estava eu entretida a escrever o votos, enrolada na toalha, quando recebo uma mensagem do Eddy a dizer já tinha chegado. Felizmente, aproveitou para tomar um café no pateo do hotel, enquanto acabei o que tinha de fazer. O Eddy foi o meu presente de casamento da Shu Uemura, com quem fiz umas fotos das provas uns meses antes. É o big boss do Unique Hair em Body Clinic. Lembram-se de ter testado algumas penteados que partilhei no Instagram? Não achei que nenhuma me satisfizesse. Queria algo mais messy, mais a ver comigo. Depois desse dia de provas, ainda voltei ao Unique para testar algo mais simples. Não queria o cabelo armado nem aqueles apanhados clássicos de casamento. Até ponderei ir com o cabelo normal, esticado e apenas com alguns jeitos. Duas semanas antes do dia, voltei lá para fazer a moldura de luz com um tom mais claro. Admito que estava com medo do resultado. Ficou bem, mas demorei imenso a habituar-me.

Depois de estar pronta ainda disse ao Eddy para me despentear mais, mas ele disse que não convinha, para o cabelo se aguentar o dia todo. Devo ter sido a noiva mais chata. :D Sorry, Eddy!

Nunca mais me lembrei do desodorizante mas felizmente, a minha madrinha não se tinha esquecido! E ainda bem, porque me fartei de transpirar! Achei relevante deixar registado para as noivas desse lado não se esquecerem! :D A Sara estava a experimentar o Keops da Roc e não me deixou mal!

M A K E U P

A maquilhagem ficou à responsabilidade do Beto, da Cent et Doze by Perfumes & Companhia. O Beto foi-me recomendado pelo Mário Dias, o maquilhador da YSL (muchas gracias, Marta), mas admito que já tinha ouvido falar muito bem do trabalho dele. Criámos logo imensa empatia na primeira prova que fizemos cá em casa. É impossível não o adorar. É talentoso, simpático e super atencioso. Deixou-me muito à vontade para dizer sempre que não gostasse de algo. Gostei tanto dele que para além de mim, maquilhou a minha mãe, a Sara e a Ju. Mais — vai maquilhar a Sara no casamento dela.

Tinha dito ao Beto que queria comprar um batom especialmente para o dia. O eleito foi o Ellie da Tom Ford, que comprei no El Corte Inglés. Para as pestanas usámos a Monsieur Big da Lancôme. Não me lembro do resto, mas se quiserem saber, pergunto ao Beto e faço um post sobre isso.

Entretanto, chegaram os meus pais e a Ju. Meti logo uma camada generosa do Dior Addict Lip Maximizer nos lábios da minha mãe, antes de ser maquilhada, porque os lábios dela são como os meus e secam com muita facilidade.

A minha mãe ia vestida com um modelo da Aire Barcelona, que encontrámos na Noiv’art. Fiquei tão feliz! Ela não podia ter ido mais bonita e mais a ver comigo! O meu pai foi com um fato que encontrámos na Zara, duas semanas antes e adorei vê-lo a arriscar no bege cru. Favorecia-o e deixava o azul dos olhos ganhar protagonismo. Também nunca tinha visto o meu pai de laço e adorei que ele o tivesse preferido à gravata! Ficou cute!

Depois da minha mãe, foi a vez da Ju, que ia vestido como a Elsa do Frozen, segundo a minha sobrinha! :) E por fim a Sá, que uma hora depois já não tinha maquilhagem de tanto que se emocionou.

Tinha comprado uns presentes e escrito uns cartões para dar à minha mãe, ao meu pai e ao meu irmão, nesta manhã. Afinal, a minha vida sempre foi escrita a quatro mãos. Claro que a minha mãe foi às lágrimas num ápice! :D Para a mãe comprei uns brincos, para o pai, um perfume e uns botões de punho da Hugo Boss e para o mano, um perfume da Yves Saint Laurent.

Tinha mandado uma caixa com presentes para o Fred, juntamente com uns mini cartões, cada um com uma das características que me fazem gostar dele. A caixa tinha todo um kit de noivo — meias, boxers (já lavados, claro), botões de punho e um relógio, tudo da Hugo Boss. Quando a Sara voltou, não trouxe nada com ela e eu já tinha percebido que ele se devia ter esquecido de escrever pelo menos um cartão. Não pensei mais nisso, mas passado um bocado, um dos padrinhos dele bate à porta e deixa um presente. Well, my face says it all.

Já queria este relógio há tanto tempo, que já não equacionava tê-lo. É o Panthère de Cartier da Cartier, aquela peça que me vou orgulhar de deixar como herança— elegante e intemporal. E vinha cheia de amor, o que a torna ainda mais especial.